A Sociedade

Em 15 de junho de 1890,

Ignacy Waberski, um cidadão polonês bastante esclarecido para a época, reuniu em sua casa um grupo de amigos. Assim foi fundada a mais antiga organização social da imigração polonesa no Brasil.

1. A Fundação
"Na atual situação os poloneses no Brasil, principalmente no Paraná, na ausência de associações e bibliotecas populares estão isolados do mundo civilizado, o que provoca a sua decadência moral, a falta de respeito e o reconhecimento por parte dos brasileiros. Levando em consideração esta precária situação dos nossos compatriotas no Brasil, somos obrigados energicamente e sem vacilações a tratar de fundar uma associação polonesa. A decadência moral, a falta de respeito e o reconhecimento por parte dos brasileiros!"

Essa foi a principal razão para que o mencionado grupo fundasse em Curitiba, em 15 de junho de 1890, a Sociedade Polono-Brasileira Tadeusz Kościuszko, a primeira da América do Sul. A ata da histórica reunião, registra os nomes de todos, para a posteridade.

A primeira diretoria foi assim constituída: Presidente - Adam Stachowski; Vice-Presidente - Edmund Sebastian Wos Saporski; Secretário - Ignacy Waberski; Tesoureiro - Walenty Banach; Bibliotecário - Aleksy Waberski.
2. Primórdios da Vida Social Polonesa no Brasil
Desde o início da colonização polonesa no Brasil, a vida social girava em torno da capela ou da igreja local. As ideias nasciam dentro de seus lares simples e casas de Deus.

Os primórdios da vida social no Brasil, no Paraná, e em Curitiba, surgiram após Edmundo Wos Saporski trazer de Brusque, Santa Catarina, os primeiros imigrantes poloneses, em 1871, alocá-los no Pilarzinho e Abranches.

Todos apoiam a necessidade de concentrar a defesa de seus próprios interesses, a representação da colônia, e finalmente a solução dos assuntos nacionais e sociais. Entre 1890 e 1900, surgiram 35 associações, desde o Rio de Janeiro, até o Rio Grande do Sul. Uma verdadeira onda inundava as nossas colônias, surgiam núcleos sem coordenação, dispersos, sem contato com outras organizações, fracas, com problemas financeiros e com a falta de gente preparada.

As longas atividades de associações e os dados extraídos das atas de reuniões de suas diretorias, falam das inúmeras conquistas, no terreno da educação e cultura. Os trabalhos educacionais foram iniciados de uma questão primordial, a criação da escola, a biblioteca ofertada por Edmundo Wos Saporski, e em parte pelo Prof. Hieronim Durski, e também, de uma sala de leitura. Uma bela atividade progressista, de acordo com as atas das reuniões, dera início, já no ano de 1891.
3. Edmundo Saporski e Sua Influência Política
Saporski foi uma aquisição muito valiosa para a Sociedade. De profissão agrimensor, era muito ligado às autoridades, onde granjeara certa respeitabilidade, o que lhe dava a possibilidade de interferir positivamente em vários assuntos que afligiam os seus compatriotas. Graças a ele, a Sociedade se tornaria, uma espécie de repartirão pública, procurada pelos colonos poloneses, das localidades vizinhas, que tinham assuntos a serem resolvidos na Câmara Municipal ou no Palácio do Governo. A Sociedade dava-lhe todo apoio. E Saporski, assim respaldado, iniciava as suas peregrinações junto às autoridades.

Nos anos de 1892 e 1893, sendo um dos proprietários da "Gazeta Polska w Brazylii", Saporski assumiu a redação do jornal. Esse fato contribuiu mais ainda para o prestígio da Sociedade, pois nos seus recintos era elaborada e redigida a maior parte da matéria, que em seguida era publicada no semanário. O referido semanário teve uma longa existência e exercia no seio da coletividade polonesa no Brasil um grande prestígio.

Durante a Revolução Federalista (1894), a Sociedade havia se transformado numa espécie de esteio para os indecisos ou desorientados, que não sabiam que partido tomar - o da revolução ou mesmo do governo. Tanto a Sociedade, como Saporski, e portanto a "Gazeta Polska", eram da opinião de que os poloneses deviam ficar à parte, deixando que os problemas do país fossem resolvidos pelos próprios brasileiros. No entanto, isso não impediu que os poloneses de São Mateus do Sul, induzidos por Antonio Bodziak, se aventurassem a seguir o chefe dos revolucionários - Gumercindo Saraiva. Essa leviandade custou-lhes muito caro - suas propriedades foram destruídas, muitos deles sofreram perseguições, outros tiveram que pagar com a própria vida. Não foi possível ainda encontrar provas concretas, mas não podemos descartar a idéia de que a soltura de Bodziak e do padre Smolucha - inocente neste caso - quando presos em Curitiba, se deve à interferência de Saporski e da Sociedade Tadeusz Kosciuszko.

4. Primeiras Atividades e O Estatuto
Em 1871, a grande maioria dos colonos poloneses residiam aos arredores da Sociedade Polono-Brasileira Tadeusz Kościuszko. Em seu exemplo, foram outros núcleos imigratórios (1873 - Abranches, 1875 - Santa Cândida, 1876 - Tomás Coelho), que em pouco tempo, cobriram com uma rede organizacional, todas as áreas povoadas pela população polonesa.

Em 1891, a Sociedade havia fundado uma escolinha primária para os filhos de seus associados, e mais tarde, um coral dirigido por Ignacy Waberski. Em seguida, foi organizada uma banda composta de 25 músicos amadores.

Após dois anos de atividade da primeira diretoria, em 1892 assumiu o posto de presidente o Pe. Andrzej Dziatkowiec, pároco de Abranches, juntamente com Karol Szulc, lgnacy Waberski, Pe. Jan Peters, Józef Skroch e Onofre Flizikowski. Primeiramente, elaboraram o estatuto, que fora editado em Poznan, na Polônia, nas oficinas do jornal Kurier Poznanski, em 1892.

Seu nome era "Estatuto da Sociedade Polonesa Tadeusz Kosciuszko", em Curitiba, Estado do Paraná, Brasil, fundada em 15 de junho de 1890 (Ustawy Towarzystwa Polskiego "Tadeusz Kosciuszko" w Kurytybie, Estado do Paraná, Brazylia, zalozonego dnia 15 czerwca 1890 r.").

O Estatuto da Sociedade continha 51 artigos e um anexo - O Estatuto da Assistência Mútua, junto à Sociedade Tadeusz Kosciuszko, criada no dia 13 de dezembro de 1891, contendo 17 artigos. No final do estatuto, temos uma lista oficial dos sócios da Sociedade.

Sócios Honorários: Dr. José Lopes Pereira de Carvalho Sobrinho e Edmundo Wos Saporski. Sócios efetivos: Adam Stachowski, Aleksy Waberski, Andrzej Bodziak, Pe. Kazimierz Andrzejewski, Franciszek Nadolny, Marcin Paluszek, Roch Pogrzeba, Szczepam Kachel, Cezar Szulc, Ferdynand Zaze, Jan Zaze, Ignacy Flizikowski, Wojciech Troczynski, Edward Debicki, Józef Debicki, Jakób Sobania, Ludwik Sypniewski, Jan Banach, Jan Nadolny, Piotr Kubis, Grzegorz Skóra, Franciszek Piotrowski, Józef Piotrowski, Henryk Slusarkiewicz, Michal Kubis, Grzegorz Macioszek, Franciszek Rózalski, Karol Wolanski, Wincenty Pilinski, Tomasz Marciniak, Wladyslaw Jankowiak, Józef Wyszomirski, Michal Jencz, Piotr Troczynski, Adam Suchodolski, Józef Cichon, Ludwik Dominski, Leon Rafalowicz, Roman Marczynski.
5. Finalidade da Sociedade
A finalidade da Sociedade era a união dos Poloneses de Curitiba e arredores; instrução mútua no campo da cultura e educação; criação de biblioteca, sala de leitura e instrução; auxílio mútuo, através do colateral "Auxílio Mútuo", em caso de doença ou sinistro imprevisto; assistência aos recém-vindos compatriotas; cultivo do canto nacional polonês e diversão mútua.

O Estatuto da Sociedade Tadeusz Kościuszko, permanecera como exemplo para outras congêneres no Brasil; eles foram alterados em 1916, e editados em Curitiba, sob a denominação de "Estatuto das Sociedades Unidas Polonesas Tadeusz Kościuszko - Lacznosc Zgoda, em Curitiba - 1916", ("Ustawa Zjednoczonych Towarzystw Polskich Tadeusz Kościuszko - Lacznosc i Zgoda w Kurytybie 1916 r'), continha 9 artigos. Este novo estatuto, fora modificado e reformulado, em 1931, pela comissão, com as seguintes pessoas: Pe. Jan Palka, Bernard Plombon, Jan Plombon, Jan Faucz, Szymon Brzezinski; perduraram até a nacionalização.
6. Construção da Sede Própria
Sete anos após a sua fundação, a Sociedade iniciara a construção de sua sede própria. O terreno fora doado por Edmundo Wos Saporski. A construção, da qual participaram todos os seus sócios, com material e a mão de obra, levara quatro anos, dando-se sua conclusão, em 1901. Foi um feito de grande importância, para a vida social de outras organizações polonesas que haviam surgido, pois não tendo sedes próprias, serviram-se frequentemente do local da Sociedade Tadeusz Kościuszko.

Nos anos que se seguiram, sempre que possível a Sociedade apresentava as próprias iniciativas ou apoiava a dos outros, tendo seguido nessas ocasiões o lema de servir o bem da coletividade. Assim, em 1907 foi criada a Associação das Escolas Polonesas no Brasil, e mais tarde, a Sociedade de Mulheres Polonesas, a primeira no gênero no Brasil. Entre outras atividades, como por exemplo a defesa dos direitos da mulher e seu papel na preservação da família, foi realizada uma sessão solene em homenagem à Eliza Orzeszkowa, escritora polonesa, cuja obra fora traduzida para diversas línguas européias. Mais tarde, essa organização foi substituída pelo Zwiazek Pracy Obywatelskiej Kobiet, ou seja, a Associação Cívica de Mulheres Ativistas.
7. Protesto Monstro na Questão do Contestado
Como a Sociedade Tadeusz Kościuszko não podia ficar alheia aos assuntos nacionais, em 1910 foi organizado um protesto monstro contra a decisão do Tribunal Superior Federal, que na questão do Contestado havia delimitado a divisa entre os estados de Santa Catarina e o Paraná, desfavoravelmente para o nosso estado.
8. Batalha de Grunwald
Em 1910, a Sociedade cedeu seu salão para a festividade de comemoração dos quinhentos anos da Batalha de Grunwald, na qual as forças polonesas, lituanas e rutenas haviam derrotado os Cavaleiros Teutônicos.

O cônsul alemão, em Curitiba, ao saber dos preparativos para a comemoração, ficou preocupado e transmitiu ao chefe de polícia local o seu receio do perigo, que tal evento podia trazer à cidade. Na sua modesta opinião, os poloneses eram desordeiros e violentos, quando levados pelos ânimos do seu patriorismo exagerado. Talvez, seu maior receio, era não ser alvo de ataques dos poloneses, que estavam bastante influenciados pelas recentes noticias da Europa, onde os poloneses sofriam toda sorte de perseguições nas terras ocupadas pela Alemanha. Porém, como o chefe da polícia era um homem sensato e conhecia bem os poloneses, não deu ouvidos às reclamações do representante do Kaiser.

A festividade transcorreu de acordo com o programa, preparado com esmero. Participaram dela, além dos curitibanos, os poloneses de Órleans, Santo Inácio, Lamenha Grande, Lamenha Pequena, Abranches, Santa Cândida, Pacotuba, Tomás Coelho, Campina e outras localidades. O povo havia se aglomerado, uma parte na Igreja de Santo Estanislau e a outra em volta da Sociedade Tadeusz Kościuszko. O programa consistia de 20 pontos, cada um mais atraente do que outro. A saudação foi proferida pelo presidente da Sociedade, Sr. Franciszek Nadolny. Depois, seguiram-se discursos, canções, declamações, leitura de trechos históricos alusivos à batalha, côro a 4 vozes, a Marcha dos Falcões e uma oração proferida pelo Sr. Jan Kinder, presidente da Sociedade de Ginástica Falcão (Towarzystwo Gimnastyczne Sokól). A festividade foi encerrada com os hinos, brasileiro e polonês.

Os jornais de Curitiba, o brasileiro "A República" e o alemão "Beobachtern", foram unânimes em afirmar, que jamais houve, na história de Curitiba, um programa tão interessante e a manifestação tão ordeira.
9. Primeira Guerra Mundial
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Sociedade deu abrigo a várias comissões e comitês sociais, que se engajavam na luta pela independência da Polônia. Houve até voluntários, para as legiões de Pilsudski e o exército do Gen. Haller, na França. Da mesma forma, a Sociedade prestou auxílio em socorro das crianças polonesas na Sibéria.
10. Colégio Henryk Sienkiewicz
No dia 1° de março de 1927, a Sociedade União Polonesa (Zwiazek Polski) havia assumido o compromisso de manter às suas próprias custas uma escola de nível médio, para a qual matricularam-se 62 alunos. A direção da escola fora entregue ao Padre Julian Drapiewski, pessoa culta e familiarizada com pedagogia.

Entre as várias matérias ministradas na escola, o ensino da língua portuguesa foi entregue ao Prof. Nicéforo Modesto Falarz, que desde o início conseguiu a simpatia dos alunos. Devido ao progresso que se verificara na educação, no ano seguinte a escola recebeu a denominação oficial de "Colégio Henrique Sienkiewicz". Em 1925, o programa do colégio era o seguinte: Religião - a cargo do Pe. Trzebiatowski; Língua Polonesa - ensinada pelo prof. Glodowski; Matemática, Ciências, Língua Portuguesa, História e Geografia do Brasil - Prof. Falarz; Matemática, História da Polônia, Geografia e História Geral - Prof. Konstany Lech. O número de alunos subiu para 30.

Em vista dos inconvenientes que oferecia para o desenvolvimento da Sociedade União Polonesa, foi decidido afastar o colégio do recinto da "União Polonesa". Para tanto, a diretoria desta entrara em entendimento com a Sociedade Tadeusz Kościuszko, em cujo prédio havia bastante espaço, adequado para o aproveitamento de uma escola. O entendimento baseou-se no seguinte: A Sociedade Tadeusz Kościuszko daria abrigo na sua sede, o pleno funcionamento do colégio, e em troca a "União Polonesa" cederia gratuitamente seu salão para os bailes e festas dos sócios da organização. A duração deste convênio durou 10 anos. Como ambas as partes concordaram sem maiores delongas, no ano letivo de 1927 o colégio iniciara na Sociedade Tadeusz Kościuszko. Não é necessário afirmar que o entendimento foi feliz e proveitoso para a coletividade polonesa. A "União" ficava livre dos bancos escolares, que era necessário sempre deslocar para afastá-los antes dos bailes e festejos, frequentemente realizados, e a Sociedade Tadeusz Kościuszko se beneficiava com o novo salão e dependências, que eram mais amplas do que as próprias e ofereciam as vantagens de serem mais acessíveis ao público em geral.

A diretoria do colégio compunha-se das seguintes pessoas: Presidente - Stanislaw Wolski; Supervisor - Jan Faucz; Fiscais: Boleslaw Mizerkowski; Tesoureiro - Tomasz Porath; Diretor do Patrimônio - Pe. Stanislaw Trzebiatowski; Secretários - Konstanty Lech e Nicéforo Modesto Falarz.

O programa escolar obedecia a seguinte ordem: A cargo do prof. Falarz (em português): Português, História do Brasil, Geografia do Brasil, Ciências, Geografia Geral e Matemática. A cargo do prof. Elias Metynowski (em poruguês): Comércio, Contabilidadee, Datilografia e Caligrafia. A cargo do prof. K. Lech (em polonês): Língua Polonesa, História da Polônia, Geografia, Polônia Contemporânea, Geometria, Álgebra, Física e Química. A cargo do Pe. St. Trzebiatowski (depois Pe. St, Piasecki - em polonês): e duas horas semanalmente de religião.

Concluídos os estudos, os alunos eram levados para a Escola Normal e lá submetidos a prestarem exames, de acordo com a exigência daquele estabelecimento de ensino oficial. Uma vez aprovados, recebiam o direito autorizado de lecionar nas escolas nacionais.

Em 1931, haviam sido matriculados no colégio 57 alunos, dos quais frequentaram apenas 47. Apenas 10 alunos Receberam diplomas de conclusão de estudos (3° ano). Neste ano, foram introduzidas as matérias relacionadas com a música, canto, encadernação de livros e trabalhos manuais. A biblioteca do colégio contava com 1.200 volumes de obras de ficção e didáticas.

Em 1933, leciovam no colégio os seguintes professores: N. M. Falarz, Emília Wójcik, Wanda Domanska, M. Lukasiewicz, M Swidurski, Szczygiel, Jackowski e Wlodzimierz Radomski. Este último, exercia, também, a função de diretor.

Com a construção do prédio do "Centralny Zwiazek Polaków w Brazyili" (Associação Central dos Poloneses no Brasil), à Rua Carlos de Carvalho, 369, no ano de 1936, e anexo o internato, o colégio passou para o controle dessa organização. O colégio possuía agora salas amplas para as aulas, uma espaçosa biblioteca, laboratório para pesquisas químicas e físicas e numeroso corpo de professores experimentados. O ano de 1937, foi o último ano de seu funcionamento. A duração de ensino - quatro anos. Sua finalidade principal - a preparação de professores para os núcleos coloniais, no interior dos três estados do sul.

Podemos afirmar, com consciência tranquila, que a Sociedade sempre foi fiel aos seus princípios, assumidos na época de sua fundação, de contribuir, para a elevação da moral dos poloneses e seus descendentes, para o seu desenvolvimento cultural, para a educação da juventude e, o que é de suma importância, zelar pelo bom nome do polonês.
11. Período de Nacionalização
Em 1938, seguida da segunda guerra mundial veio a nacionalização. Nesta época de angústia e de desespero, a Sociedade novamente atraiu todos os que se preocupavam com o destino da Polônia, mortalmente ameaçada. Em 1938, muda o seu estatuto e transforma-se em "Sociedade Operária Beneficente União e Paz".

Em 1962, após anos de estagnação, a Sociedade recupera as forças dispersas, durante a nacionalização e a guerra, muda o estatuto, e se adapta à nova realidade, emergindo como "Sociedade Polono-Brasileira Tadeusz Kościuszko".
12. Restauração da Sede Social
No ano de 1994, em assembléia geral a Sociedade decide dispor à venda parte de seu potencial aéreo, em decorrência do UIP (unidade de interesse de preservação) de sua sede social, para o patrimônio histórico da Cidade de Curitiba. Em troca deste potencial aéreo, contratara uma firma construtora, para realizar a restauração de sua sede, bastante prejudicada pelo seu tempo de uso. Para tanto, fora constituída uma comissão especial de obras, assim constituída: Presidente: Vereador José Gorski. Membros: Pres. Segismundo Sielski, Carlos Sielski, José Rendak e Miroslaw Wiacek.

Diante de alguns percalços imprevistos, a construtora contratada teve problemas internos, o que levou a comissão a envidar redobrados esforços, junto às autoridades municipais, para sair daquele infausto impasse. Finalmente, graças à intervenção do Sr. Cássio Taniguchi, Prefeito Municipal da Capital e seus auxiliares diretos, bem como da Comissão de obras, liderada pelo vereador José Gorski e o presidente Segismundo Sielski, as obras do restauro, foram finalmente concluídas, e no dia 3 de maio de 2000, a sede social foi solenemente reinaugurada. A solenidade fora conjuntamente programada com o Consulado da Polônia, que aproveitara a data para a comemoração da data nacional polonesa de 3 de Maio, que contara com a presença de inúmeras autoridades. A solenidade fora precedida com uma missa de ação de graças, na Igreja de São Vicente de Paulo, oficiada pelo Reitor da Missão Católica Polonesa, no Brasil, Pe. Benedykt Grzymkowski, concelebrada pelos Padres Simão Walenga, DD. Provincial dos Padres Vicentinos, Zdzislaw Malczewski, DD. Provincial Sociedade de Cristo (Chrystusowcy), Jorge Morkis, pároco da Igreja de São Vicente de Paulo, e padres Lourenço Biernaski e Miecislau Lekent, vicentinos.

Na mesma solenidade, o Sr. Cônsul Geral da Polônia Marek Makowski condecorou o Sr. José Gorski com a Cruz de Cavaleiro da Polônia pelos seus esforços despendidos em favor do restauro da Sociedade. Ao Presidente da Sociedade, Sr. Segismundo Sielski, foi concedido um Diploma de Honra pelos seus constantes esforços dedicados à associação. E na assembléia ordinária do dia 17 de junho de 2000, fora concedido Diploma de Sócio Honorário à pessoa de seu presidente.

Os salões da Sociedade, reviveram com grande galhardia e festa os seus antigos dias de glória e fausto, lotando literalmente as suas primorosas e belas dependências, totalmente restauradas.

Principais Acontecimentos

1890
É criada em 15 de junho de 1890, em Curitiba, a Sociedade Polono-Brasileira Tadeusz Kościuszko, a primeira organização social da emigração polonesa no Brasil.
1891
Fundação da escola primária polonesa em Curitiba, e a caixa da "Assistência Mútua".
1892
Elaboração do primeiro estatuto da Sociedade, e sua edição em Poznan, na Polônia.
1893
Fundado o "Círculo de Canto", sob a direção de Ignacy Waberski. Finalidade: empreendimentos artísticos, dança e folclore, vida nacional.
1897
Iniciada a construção de prédio próprio, a sede da Sociedade, que fora concluída em 1901; a construção fora dirigida por Albin Smolkowski, o terreno fora doado por Edmund Wos Saporski.
1898
Tem lugar o Primeiro Congresso Polonês, em Curitiba, da parte da Sociedade,Lacznosc i Zgoda, tendo por finalidade a criação da "Associação Nacional Polonesa da América do Sul", para a qual deviam pertencer todas as organizações polonesas do Brasil, até então, existindo sem coordenação, sob a direção de Wilhelm Melinski. Para o encontro, apareceram todas as sociedades polonesas, existentes no Paraná. Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. "A Gazeta Comercial e Geográfica" de Lwów, informava a comunidade, inserindo um comentário: "Saudamos o Primeiro Congresso Polonês, em terras brasileiras, como uma feliz iniciativa de uma irresistível e renovadora força do Povo Polonês". A festejada poetisa polonesa Maria Konopnicka, saudando a novel iniciativa do "Congresso Polonês", em Curitiba, escrevera uma poesia com a dedicação à colônia polonesa no Brasil.
1899
A Sociedade Kościuszko participa no trabalho comunitário, tendo por atenção a união da comunidade polonesa, juntamente com Józef Okolowicz, sob a denominação de "Gmina Polska". O trabalho supramencionado perdura até o ano de 1900; o sistema escolar, as relações religiosas, partido político, o lançamento da candidatura de Edmundo Saporski, para deputado estadual, pela colônia polonesa.
1902 a 1904
Sob a égide de Leon Bielecki, redator da "Gazeta Polska w Brazylii", Aleksy Waberski e Pe. Niebieszczanski, foram envidados esforços, com a finalidade da fundação da "Sociedade da Escola Polonesa no Brasil", que em 1904, fora reformulada para "Macierz Szkolna"; todavia, o empreeendimento não tivera o devido êxito, apesar do apoio por parte dos padres: Bajer, Mietus e Wyszynski, vicentinos.
1905
Fora fundada uma orquestra, com 25 figurantes amadores.
1907
A Sociedade Tadeusz Kościuszko patrocinara a criação da "Associação das Mulheres Polonesas", sob cuja direção estavam as esposas das personalidades notáveis da comunidade local. É digna de nota, a ação das mulheres polonesas - a realização de uma sessão solene, em honra da festejada e ilustre escritora polonesa, Eliza Orzeszkowa.
1910
A Sociedade Kościuszko, tomara parte num protesto coletivo da coletividade paranaense, contra a decisão do Superior Tribunal Federal, no assunto dos limites do "Contestado", em nome de 70.000 poloneses, residentes no Paraná, apondo a assinatura no referido documento coletivo e histórico.
1913
Com a criação do "Comitê de Defesa Nacional", a Soc. Kościuszko pertence à organização central, dando o seu apoio e entrando com a sua colaboração, por ocasião da Primeira Guerra Mundial, em favor da Polônia independente, Comitê de Socorro para a Polônia, Comitê de Donativos e outros. Vale lembrar, que por ocasião do Centenário da Colonização Polonesa no Brasil, a Sociedade Tadeusz Kościuszko em Curitiba, era: um centro, onde concentrava-se a idéia saudável, um elemento nacional, com uma iniciativa, que buscava a elevação do nível cultural da comunidade polonesa em Curitiba, como nos arredores e de todo o Estado do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo; Durante 30 anos, dava abrigo e cedia o seu local para diversos empreendimentos nacionais, educacionais e culturais, como p. ex. a escola dirigida, no início das atividades pelos professores: Franciszek Krzyzanowski, Krakowski, Rokosz, Zydek, Odziemczewski e outros. Em período posterior, funcionara a Escola das Irmãs da Sagrada Família; no ano de 1927-1936, funcionou o Colégio Henrique Sienkiewicz ("Szkola Srednia"), a Associação de Professores das Escolas Polonesas, a Associação Central dos Poloneses no Brasil, a redação da "Nasza Szkola" (A Nossa Escola) e "Nasza Szkólka" (A Nossa Escolinha), a Escola Doméstica, etc.; um belo exemplo na posteridade, nos anos 1920-1930, a Soc. Kościuszko possui como colaboração com a organização "Oswiata", que concentrava as forças católicas no Brasil e era patrocinada pelos Padres da Congregação de São Vicente de Paulo. O diploma, em reconhecimento de seus méritos, da Soc. Kościuszko, de operosa colaboração, ofertado pela "Oswiata", sempre brilhava nas paredes desta instituição, tão meritória, para a comunidade brasileiro-polonesa.
1968
Funcionava em seus recintos o Grupo Folclórico Polonês do Paraná, até a época do inicio do restauro da sede social, em 1994.
1994
UIP do prédio da sede social, para o patrimônio histórico da Cidade de Curitiba; início das obras da restauração da sede social.
2000
No dia 3 de maio, solene reinauguração da sede social, totalmente restaurada, pelo Sr. Prefeito Municipal de Curitiba, Cássio Taniguchi, com a presença de ilustres autoridades civis e religiosas, bem como do sr. Cônsul Geral da Polônia, Sr. Marek Makowski.
2015
Comemoração do aniversário de 125 anos da Sociedade, com evento de lançamento do livro dos 125 anos e exposição.
2020
Comemoração do aniversário de 130 anos da Sociedade, o comitê de Kościuszko em Cracóvia presenteia a organização com um busto de Kościuszko.

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